Adaptações de quadrinhos para o cinema se destacaram entre as maiores bilheterias de 2012

Já cantava a velha canção: “Essa é a era que já era, a dos super-heróis”. Desde que Wolverine mostrou as garras na pele de Hugh Jackman em "X-Men", em 2000, o cinema redescobriu o potencial não só das histórias em quadrinhos, mas principalmente de seus super-heróis, para criar séries lucrativas. “É uma fase” e “o público vai enjoar” foram algumas das frases que os mais apressados usaram para decretar a falência do gênero (ou melhor, subgênero) no cinema. O mantra se repete a cada ano. E a cada anos os heróis dos gibis, com suas fantasias coloridas e suas aventuras espetaculares, continuam ignorando os descontentes.

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Em 2012, a “bolha” estourou de fato – mas não da maneira negativa como se imagina. Das cinco maiores bilheterias nos Estados Unidos do ano que se aproxima do fim, três trazem super-heróis em seu título. Se depender de alguns vampiros purpurinados e um certo espião que nos amava, "O Espetacular Homem-Aranha" deve escorregar para a sexta posição. Ainda assim, nada mal para uma série que teve sua primeira “fase” encerrada meros cinco anos atrás (com "Homem-Aranha 3", trazendo a dobradinha Sam Raimi e Tobey Maguire à frente) e ganhou um reboot “cedo demais”, como profetizaram seus detratores.

Com direção de Marc Webb e Andrew Garfield no papel de Peter Parker, a aventura fez promessas que não cumpriu mas trouxe elementos ausentes na versão de Raimi: o novo filme não tirou o herói do colégio e fez dele um adolescente às voltas com namoros mal resolvidos e bullies pelos corredores – mantendo, porém, a origem dos quadrinhos intacta. 

Ou quase... Prometendo revelar a “história nunca contada” do herói, o filme ameaçou esmiuçar a ligação dos pais de Peter, mortos num acidente quando ele era criança, e sua transformação no Homem-Aranha.

Ficou na promessa, e com cara de roteiro modificado durante a produção, guardando as revelações para sua continuação, que já está agendada para 2014. Ainda assim, 753 milhões de dólares está longe de se traduzir como um fracasso.

Claro que o Aranha não arranhou a performance de um certo Homem-Morcego: independente de "Amanhecer" e "Skyfall", é difícil "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" perder a medalha de prata nas bilheterias em 2012. O desfecho da trilogia capitaneada pelo diretor Christopher Nolan fecha o ano com pouco mais de incríveis 1 bilhão de dólares em caixa. Nem é preciso mencionar que o fantasma daquele Batman com mamilos no peito do final dos anos 90 (já?) ficou para trás. Mais do que isso. Com Ressurge, Nolan estabeleceu uma nova maneira de retratar um heróis dos quadrinhos no cinema, apostando em realismo e tramas densas em detrimento de um certo oba oba colorido que tende a dominar o tom do (sub) gênero.

Ainda assim, nem tudo são flores para este novo Batman. Apesar do pedigree, Nolan se saiu com uma trama confusa que prejudicou o triunfo artístico por completo da série, em um filme elegante e produzido com maestria, mas com furos de lógica e soluções fáceis. A essa altura do campeonato, Nolan não tem mais o que provar como mestre deste universo, e um pouco mais de cuidado no trato do Homem-Morcego em seu filme derradeiro seria de bom tom. Pior ainda: Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge termina com um twist que basicamente implora por uma nova versão do herói quando ele inevitavelmente voltar aos cinemas – seja em mais um filme-solo, seja no profetizado Liga da Justiça, ao lado de outros heróis da DC Comics (Superman, Mulher-Maravilha, Flash), que pode chegar aos cinemas em 2015.

Aí a briga vai ser boa. Afinal, a continuação da aventura que atropelou todas as outras neste ano também aterrisa nas telas em três anos. A aposta foi arrisdaca; o plano, ambicioso. Mas "Os Vingadores", que juntou num só filme Homem de Ferro, Capitão América, thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro, foi um triunfo de forma, conteúdo e dinheiro em caixa. A aventura escrita e dirigida por Joss Whedon foi o clímax de uma arquitetura intrincada tecida em cinco outros filmes.

O primeiro foi "Homem de Ferro", de 2008, que já teve desdobramentos no mesmo ano com "O Incrível Hulk". "Homem de Ferro 2" (2010), "Thor" e "Capitão América: O Primeiro Vingador" (ambos de 2011) apresentaram as peças, e o jogo brilhante resultou em um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. O grande trunfo? Whedon, apesar da trama que colocou o destino do planeta em jogo, nunca esqueceu o quanto uma aventura assim tem de ser divertida! O resultado foi 1,6 bilhão de dólares em caixa, a terceira maior bilheteria de todos os tempos e um legado difícil de ser superado.

A verdade é que "Os Vingadores" agora se tornou o padrão para todo estúdio que tem heróis de gibis no bolso. A Fox já ensaia juntar em um único universo os X-Men e o Quarteto Fantástico, com "The Wolverine", que estréia em 2013, surgindo como a primeira peça. Bryan Singer, que comandou as duas primeiras aventuras mutantes e pode tomar crédito como o responsável pela consolidação do gênero, assume o leme em "X-Men: Days of Future Past", já agendado para 2014. O Homem-Aranha (que no cinema é da Sony) também pode interagir com outros personagens de sua caixinha de areia – um quebra com vários vilões está na agenda.

"Homem de Aço", que relança o Superman ano que vem, pode revelar mais os planos da Warner/DC com Batman, Mulher-Maravilha e o resto da Liga da Justiça. Mas eles têm muito chão para correr antes de alcançar a Marvel/Disney, que já sai na frente com sua fase dois e quatro filmes (novas aventuras do Homem de Ferro, Thor e Capitão América, além da estréia de Guardiões da Galáxia) daqui até 2015 e Vingadores 2. Era que já era? Só se essa história estiver em outro gibi.

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Fonte: UOL CINEMA

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